terça-feira, 28 de outubro de 2008

A invasão

O jovem casal se via apenas nos finais de semana. Ele ia à casa dela na maioria das vezes, almoçava e ficava por lá até a hora de ir embora. Aproveitavam o tempo para contar as novidades e os aborrecimentos da semana e, naturalmente, namorar.

Ela morava com a família, e às vezes se sentia incomodada com a falta de privacidade. Não que precisasse de mais tempo e espaço para si, mas tinha um certo comportamento anti-social que a fazia gostar mais do silêncio do que das conversas cotidianas. Assim, sempre que buscava sossego, entrava no quarto e fechava a porta.

Em uma dessas visitas do namorado, a preguiça pós-almoço atraiu a atenção para a cama, no quarto dela. Um cochilo, uns beijinhos e um aconchego lado a lado curaria aquela ressaca domingueira.

Entraram no aposento, fecharam a porta e foram curtir o edredom. Momentos depois, um abraço, um carinho, um beijo e os dois já estavam enroscados na cama. Naquele momento bom, a porta foi abruptamente aberta: ela esqueceu de trancá-la. Era a mãe, com alguma pergunta sem a menor importância para uma circunstância daquela. Com um susto, os dois disfarçaram, mas ela não conteve um constrangido grito de “Fecha a porta!” assim que viu a mãe.

Os dois ficaram ali, na timidez. Não daria para saber quem se sentia mais envergonhado, ela ou ele. Mais tarde, quando precisaram, enfim, sair do quarto, a mãe fingiu não ter presenciado nada. Estava como sempre, gentil e conversadeira. Não queria causar mais constrangimento, muito menos um trauma para o resto da vida deles.

7 comentários:

Sunflower disse...

cara eu já passei por uma tão pior que não tenho cragem de blogar sobre o assunto. EU poderia dizer que aconteceu com uma amiga minha, mas sério, que iria acreditar?


beijas

Patrícia disse...

A Lu, como sempre, escreve bem demais.

Eu tenho uma mania beirando um comportamento mais obsessivo de trancar o cômodo em que estou... até quando morava sozinha e estudávamos na Facamp.

Senti saudades daqui.

Lu. disse...

Pelo menos a mãe teve bom senso. Mas o trauma, ah, esse é para sempre.

Cristina disse...

Acho que nunca aconteceu algo assim comigo, ou pelo menos não foi traumático a ponto de eu me lembrar rs

Alexandre disse...

Dos meus momentos embaraçosos? Com minha mãe não me lembro, mas já aconteceu algo parecido comigo dentro do carro, do lado da casa dela, envolvendo uma viatura da polícia, muito tempo atrás em uma galáxia muito distante.

Não chegou a criar um trauma, mas deu um belo susto. (rs)

Tania Capel disse...

acontece!... rs
beijos e saudades!!

Anônimo disse...

Já passei por isso..rsrs..mas não gritei com minha mãe. Nada foi percebido.

Assisti ao filem Filhos da Esperança. Adorei.

Desculpa se não coloquei o link e obrigado por comentar no blog. Espero que sempre apareça, pq semrpe estarei por aqui agora! Grande beijo!