sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Hulk vs. Hulk

Atenção: Comentários não recomendados para quem não assistiu aos filmes Hulk (2003) e O Incrível Hulk (2008).

Bruce Banner: Edward Norton é mundialmente conhecido pelo seu talento e carisma. Ele já interpretou assassino de dupla personalidade (As duas faces de um crime), esquizofrênico (Clube da Luta), padre apaixonado (Tenha Fé), apresentador de programa infantil (Morra, Smoochy, morra) e por aí vai… Seu Bruce Banner é daqueles que dá vontade de pegar no colo, porque é romântico e tem aquela expressão de quem não quer causar problemas. Já o Banner de Eric Bana é atormentado, torturado, angustiante. Ator autraliano talentoso, Bana tem um sex appeal tão grande que em Tróia você até esquece que tem o Brad Pitt e o Orlando Bloom. Em Hulk, o ator vive um outro personagem: O herói que sofre em silêncio por causa de suas mutações. Empate.

Betty Ross: É inegável que Liv Tyler formou um belo par com Edward Norton (dois meiguinhos apaixonados), mas Jennifer Connelly tem mais presença em Hulk, talvez devido à maturidade de sua personagem e de como ela se desenvolve ao longo da trama. Digamos que Connelly interpreta uma mulher mais forte, enquanto Liv é mais frágil e não lembra muito uma doutora. O desenvolvimento de um personagem depende do roteiro, mas no quesito atuação é perceptível que Jennifer ganha pontos, pois ela consegue expressar melhor a credulidade e a inteligência de Betty Ross.

Roteiro: Este é um ponto complicado de ser analisado – mas não impossível. É um mesmo personagem, porém são roteiros com enfoques completamente diferentes. Começo pelo filme de 2003: os créditos do roteiro estão divididos entre John Turman, Michael France (O Justiceiro) e James Schamus (Tempestade de Gelo). Levando-se em consideração outro roteiros com o qual Schamus colaborou, toda a carga dramática do longa ficou a cargo dele. Assim, defino essa adaptação como um filme mais sério e com uma ótima história para contar, já que conhecemos o lado humano e familiar do personagem e pouco nos importam as cenas de ação.
Já o responsável por todo o roteiro da película de 2008, tem em seu currículo os dois últimos filmes dos X-Men. Mas, como brasileira, confesso que ri bastante nos dez minutos iniciais da sua história: Bruce Banner se refugiando na Favela da Rocinha? Cariocas que falam português como estrangeiros recém-chegados? Ele se concentrou muito na ação da hisória, já que a produção anterior havia apresentado o surgimento de Hulk. Isso, porém, não justifica a risível fábrica de refrigerantes. Prefiro o roteiro de 2003.

Direção: O taiwaês Ang Lee (2003) contra o francês Louis Leterrier. Com certeza, o domínio que Lee tem da liguagem cinematográfica é o ponto alto de seu filme, que narra de forma dramática uma história de ação que tem muita inspiração no formato quadrinesco (a tela divida na forma de HQ, por exemplo). E ele ainda por cima fez um filme para quem quer história, e não ação e explosões desenfredas.
Leterrier, por outro lado, apostou na ação e na violência. Fez um filme mais voltado ao público jovem, ávido por sequências impressionantemente bem realizadas. Recebeu em mãos um roteiro que exigia exatamente isso: movimento. Apesar de cumprir bem o que lhe foi proposto, é a direção de Lee que faz toda a diferença quando comparamos os dois filmes.

Efeitos visuais: O pior do filme de 2003 foi exatamente o efeito visual empregado na obra. O Hulk ficou animalesco demais, sempre dando a impressão de que um de seus poderes era voar. Não houve uma dosagem correta entre elementos dramáticos e visuais. Já a mais nova empreitada, ao levar às telas o gigante monstro verde, mostrou-se bem-sucedida ao saber utilizar os elementos gráficos de forma mais plausível. Aliás, como uma super-produção baseada em uma HQ com um personagem complexo como o Hulk pôde resultar em sequências de ação mornas como no primeiro filme? Seria melhor pintar o Eric Bana de verde. Ou não.

Vilão: O pai maluco interpretado por Nick Nolte e o arrogante Talbot (Josh Lucas), em 2003, ou um militar ambicioso na pele de Tim Roth, em 2008? Nolte e Roth são dois ótimos atores e interpretam bons antagonistas, misteriosos na medida certa – e um tanto sádicos. Mas o personagem de Josh Lucas não me convenceu. Tudo bem que o ator estava perfeito (em todos os sentidos) no filme-catástrofe Posseidon, mas em Hulk ele não me agradou. Logo, no quesito vilão, O Incrível Hulk ganha.

Gen. Thaddeus ‘Thunderbolt’ Ross: William Hurt (2008) está mais malvado do que Sam Elliott (2003). Ao que me parece, no segundo filme somaram as personalidades de Ross e Talbot, que vivia pegando no pé do mutante no longa anterior. Mas a essência e a importância do General é a mesma, então declaro o empate.

Surpresa: Colocar o Robert Downey Jr. no final de O Incrível Hulk como o herdeiro da Stark Industries foi a maior surpresa entre os longas. A empresa já havia sido citado anteriormente no filme, mas ver o Tony Stark (vulgo Homem de Ferro) ali, cogitando se juntar ao Hulk, me emocionou. Faz pensar que um filme de super-heróis com Norton e Downey Jr. juntos não está tão longe assim de ser realizado.

Resultado: Hulk vs. Hulk = empate

6 comentários:

Paulo Bono disse...

mil vezes o Incrível Hulk!

abração, do Hall

NiNah disse...

Gostei mais desse com o Edward pq ele o faz muito bem e o outro era muito falso. Sei lá as divisões da tele me deixavam com náusea. rs
Bjo

Alexandre disse...

Não vi nenhum dos dois. Mas de toda essa leva de HQs adaptadas recentes, a melhor é o "Homem de Ferro", não há dúvida. Pra mim pelo menos. Nem "Batman" rivalizou.

Alexandre disse...

Aliás, queria ver sua resenha sobre esse petardo por aqui. :)

Lu. disse...

Só assisti o do Edward Norton. Achei bacana, mas só. Aquela luta final me pareceu tão risivel como foi a favela do Rio para você. Valeu pelo Edward - também quis pegá-lo no colo. Como sempre.

Cristina disse...

Tbém não vi nenhum dos dois, mas pretendo. Se o Robert Downey Jr. aparece no "Incrível Hulk", então vou ver esse primeiro :p