Atenção: Comentários não recomendados para quem não assistiu aos filmes Hulk (2003) e O Incrível Hulk (2008).
Bruce Banner: Edward Norton é mundialmente conhecido pelo seu talento e carisma. Ele já interpretou assassino de dupla personalidade (As duas faces de um crime), esquizofrênico (Clube da Luta), padre apaixonado (Tenha Fé), apresentador de programa infantil (Morra, Smoochy, morra) e por aí vai… Seu Bruce Banner é daqueles que dá vontade de pegar no colo, porque é romântico e tem aquela expressão de quem não quer causar problemas. Já o Banner de Eric Bana é atormentado, torturado, angustiante. Ator autraliano talentoso, Bana tem um sex appeal tão grande que em Tróia você até esquece que tem o Brad Pitt e o Orlando Bloom. Em Hulk, o ator vive um outro personagem: O herói que sofre em silêncio por causa de suas mutações. Empate.
Betty Ross: É inegável que Liv Tyler formou um belo par com Edward Norton (dois meiguinhos apaixonados), mas Jennifer Connelly tem mais presença em Hulk, talvez devido à maturidade de sua personagem e de como ela se desenvolve ao longo da trama. Digamos que Connelly interpreta uma mulher mais forte, enquanto Liv é mais frágil e não lembra muito uma doutora. O desenvolvimento de um personagem depende do roteiro, mas no quesito atuação é perceptível que Jennifer ganha pontos, pois ela consegue expressar melhor a credulidade e a inteligência de Betty Ross.
Roteiro: Este é um ponto complicado de ser analisado – mas não impossível. É um mesmo personagem, porém são roteiros com enfoques completamente diferentes. Começo pelo filme de 2003: os créditos do roteiro estão divididos entre John Turman, Michael France (O Justiceiro) e James Schamus (Tempestade de Gelo). Levando-se em consideração outro roteiros com o qual Schamus colaborou, toda a carga dramática do longa ficou a cargo dele. Assim, defino essa adaptação como um filme mais sério e com uma ótima história para contar, já que conhecemos o lado humano e familiar do personagem e pouco nos importam as cenas de ação.
Já o responsável por todo o roteiro da película de 2008, tem em seu currículo os dois últimos filmes dos X-Men. Mas, como brasileira, confesso que ri bastante nos dez minutos iniciais da sua história: Bruce Banner se refugiando na Favela da Rocinha? Cariocas que falam português como estrangeiros recém-chegados? Ele se concentrou muito na ação da hisória, já que a produção anterior havia apresentado o surgimento de Hulk. Isso, porém, não justifica a risível fábrica de refrigerantes. Prefiro o roteiro de 2003.
Direção: O taiwaês Ang Lee (2003) contra o francês Louis Leterrier. Com certeza, o domínio que Lee tem da liguagem cinematográfica é o ponto alto de seu filme, que narra de forma dramática uma história de ação que tem muita inspiração no formato quadrinesco (a tela divida na forma de HQ, por exemplo). E ele ainda por cima fez um filme para quem quer história, e não ação e explosões desenfredas.
Leterrier, por outro lado, apostou na ação e na violência. Fez um filme mais voltado ao público jovem, ávido por sequências impressionantemente bem realizadas. Recebeu em mãos um roteiro que exigia exatamente isso: movimento. Apesar de cumprir bem o que lhe foi proposto, é a direção de Lee que faz toda a diferença quando comparamos os dois filmes.
Efeitos visuais: O pior do filme de 2003 foi exatamente o efeito visual empregado na obra. O Hulk ficou animalesco demais, sempre dando a impressão de que um de seus poderes era voar. Não houve uma dosagem correta entre elementos dramáticos e visuais. Já a mais nova empreitada, ao levar às telas o gigante monstro verde, mostrou-se bem-sucedida ao saber utilizar os elementos gráficos de forma mais plausível. Aliás, como uma super-produção baseada em uma HQ com um personagem complexo como o Hulk pôde resultar em sequências de ação mornas como no primeiro filme? Seria melhor pintar o Eric Bana de verde. Ou não.
Vilão: O pai maluco interpretado por Nick Nolte e o arrogante Talbot (Josh Lucas), em 2003, ou um militar ambicioso na pele de Tim Roth, em 2008? Nolte e Roth são dois ótimos atores e interpretam bons antagonistas, misteriosos na medida certa – e um tanto sádicos. Mas o personagem de Josh Lucas não me convenceu. Tudo bem que o ator estava perfeito (em todos os sentidos) no filme-catástrofe Posseidon, mas em Hulk ele não me agradou. Logo, no quesito vilão, O Incrível Hulk ganha.
Gen. Thaddeus ‘Thunderbolt’ Ross: William Hurt (2008) está mais malvado do que Sam Elliott (2003). Ao que me parece, no segundo filme somaram as personalidades de Ross e Talbot, que vivia pegando no pé do mutante no longa anterior. Mas a essência e a importância do General é a mesma, então declaro o empate.
Surpresa: Colocar o Robert Downey Jr. no final de O Incrível Hulk como o herdeiro da Stark Industries foi a maior surpresa entre os longas. A empresa já havia sido citado anteriormente no filme, mas ver o Tony Stark (vulgo Homem de Ferro) ali, cogitando se juntar ao Hulk, me emocionou. Faz pensar que um filme de super-heróis com Norton e Downey Jr. juntos não está tão longe assim de ser realizado.
Resultado: Hulk vs. Hulk = empate
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
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6 comentários:
mil vezes o Incrível Hulk!
abração, do Hall
Gostei mais desse com o Edward pq ele o faz muito bem e o outro era muito falso. Sei lá as divisões da tele me deixavam com náusea. rs
Bjo
Não vi nenhum dos dois. Mas de toda essa leva de HQs adaptadas recentes, a melhor é o "Homem de Ferro", não há dúvida. Pra mim pelo menos. Nem "Batman" rivalizou.
Aliás, queria ver sua resenha sobre esse petardo por aqui. :)
Só assisti o do Edward Norton. Achei bacana, mas só. Aquela luta final me pareceu tão risivel como foi a favela do Rio para você. Valeu pelo Edward - também quis pegá-lo no colo. Como sempre.
Tbém não vi nenhum dos dois, mas pretendo. Se o Robert Downey Jr. aparece no "Incrível Hulk", então vou ver esse primeiro :p
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