segunda-feira, 2 de março de 2009

10 filmes que mudaram minha percepção sobre o cinema

Há uns 10 anos, cinema representava um hobby para mim. Habitante de uma cidade interiorana que não oferecia muitos meios para o cultivo do conhecimento e do interesse cinematográfico, ver um filme interessava meramente pelos atores, pela história e, em alguns casos, pelo diretor (quando se tratava de Tim Burton, Irmãos Coen ou Robert Zemeckis, para citar os ídolos da época). Mas o amadurecimento e a insaciável busca pelo novo – ou o antigo, o clássico, o venerado – me apresentaram a algumas obras que hoje considero essenciais para o que o cinema significa para mim.
Obs.: Não se trata de uma lista de preferidos, e procurei manter apenas um filme de cada diretor.

Em busca do ouro (The Gold Rush, 1925)
Há mais de 80 anos, Charlie Chaplin contemplou o cinema com uma comédia muda (assim como todos os seus filmes até 1936) que tratava da busca do amor, da luta pela sobrevivência e da realização do homem, ancorado, principalmente, na famosa cena da dança dos pãezinhos. Simples e genial.

Cidadão Kane (Citizen Kane, 1940)
Um filme que conseguiu juntar elementos indispensáveis para qualidade – e perenidade – de uma obra: o tema sempre atual, o ótimo roteiro de Herman J. Makiewicz e Orson Welles, a direção revolucionária e a montagem que define e constitui a narrativa.

Ladrão de bicicletas (Ladri di Biciclette, 1948)
O filme definitivo do Neo-realismo. Uma história simples, um elenco de atores não profissionais, iluminação natural e cenários reais da Roma pós-guerra. A a lente da câmera funciona como um observador que narra à distância, como em um documentário.

Cantando na chuva (Singin’ in the rain, 1952)
Um musical perfeito e encantador em todos os aspectos: É engraçado; possui coreografias, atuações e músicas inesquecíveis; é bem dirigido e produzido… Toda vez que o filme termina, lamento como se fosse o final de um sonho.

A Estrada da Vida (La Strada, 1954)
Federico Fellini era dono de uma verve dramática impressioanante. Neste filme, seus personagens são tão bem caracterizados (e deslocados) e a história é tão envolvente que me sinto parte do que está sendo narrado e me surpreendo a cada cena.

Uma mulher é uma mulher (Un femme est une femme, 1961)
Essa obra-prima de Godard rompe com quaisquer convenções cinematográficas: assim como a protagonista Angela, o diretor não segue regras e parte em busca de um cinema autoral dotado de alma. O filme pode chocar os menos acostumados ao cinema pop sessentista.

O Leopardo (Il Gattopardo, 1963)
Não é o meu preferido de Luchino Visconti (o favorito é Rocco e seus irmãos), mas é a película do diretor que mais me impressionou pela técnica e beleza das imagens. Do enquadramento de câmera ao figurino e a trilha sonora, é um épico indispensável.

O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)
Um dos elencos mais incríveis reunidos em um só filme. O roteiro adapta com perfeição a obra de Mario Puzo, e Francis Ford Coppola consegue transpor para a tela até mesmo os pequenos detalhes, indispensáveis para criar a atmosfera ameaçadora dos negócios de Don Corleone.

Taxi Driver (Taxi Driver, 1976)
O filme que transformou Martin Scorsese e Robert De Niro em ídolos cult do cinema de autor norte-americano na década de 1970. O roteiro original de Paul Schrader apresentou ao público Travis Bickle, um autêntico anti-herói, marcado para sempre em minha memória.

Anti-herói Americano (American Splendor, 2003)
Uma cinebiografia e adaptação de quadrinhos diferente de tudo que eu já havia assistido até então. Uma combinação perfeita de documentário e ficção, que estabelece um diálogo produtivo, divertido e informativo, provocando uma discussão sobre os limites de uma adaptação.

Não estão entre os dez, mas também foram essenciais:  Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922); A General (The General, 1927); Persona (Persona, 1966); MASH (MASH, 1970); O Iluminado (The Shining, 1980); Paris, Texas (Paris, Texas, 1985); A Rosa Púrpura do Cairo (Purple Rose of Cairo, 1985); Pulp Fiction (Pulp Fiction, 1994); Trainspotting (Trainspotting, 1996); 
Adaptação (Adaptation, 2002).

5 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Em busca do Ouro - esse é foda, que bom que é um fora do eixo tempos modernos

Cidadão Kane - indispensável

Godfather - talvez o melhor de todos

taxi driver - genial

anti-herói americano - lindo e diferente, foda tb

Anônimo disse...

Po, essa lista tá foda. Foda = bom.
Complexo demais listar só 10 filmes, entre tantos bons que há.

Mas de uma coisa eu sei: na minha, não faltaria Reservoir Dogs e outros filmes do Tarantino (admiradora inveterada, sabe como é), O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Magnolia, A hora de voltar (com a Natalie Portman) e por aí vai.

=)

Anônimo disse...

"Muso = Andy Garcia"

Nossa, nossa, nossa. O que que é aquilo, gente?! Alguém pode me explicar como uma pessoa consegue ser tão charmosa?

Em "The Godfhater part. III" então... digno de total admiração.

Alexandre disse...

Eu não vi por inteiro nenhum desses do TOP 10; só trechos do "Poderoso Chefão" e "Taxi Driver". :o

Com vergonha alheia da minha pessoa? rs

Menina Enciclopédia disse...

tem muitos aí q faltam eu ver... mas paris,texas na sua lista! uau! eu tb gosto muuuuito!
beijo!