sexta-feira, 27 de março de 2009

Voltando

Eu sei, é um clichê. Quando diziam, eu não dava muita bola. Apenas respondia mentalmente: “Ah, tá. Quero mesmo é me formar e trabalhar. Dedicar-me desse jeito me estressa.” Três anos depois, lá estou. Melancólica e saudosista, faço piada da minha própria desgraça. Sinto falta. Gostava de entrar na biblioteca, pegar livros de contos e levar para a casa. Não tive tempo de ler metade deles, mas pude desfrutar das páginas daqueles livros e guardar comigo alguns nomes que pretendo buscar em breve.
Está tudo tão diferente… e igual. O porteiro ainda é o mesmo, mas os alunos são uns jovens desconhecidos de olhares brilhantes. Para entrar, é preciso colocar o crachá de visitante. No banheiro, usa-se ar quente para secar as mãos ao invés das folhas de papel. Fizeram algumas salas de aula novas e o lugar cresceu. O clima, incluindo aquele sol intenso e o ar seco, continua o mesmo.
Passei em frente ao canto onde costumava sentar, ali no chão mesmo, com meu caderno, estojo e páginas de cópias. Ficava sozinha, estudando ao som do vento nas folhagens, ao canto de pássaros alegres e ao ruído da cigarra, que me assustava quando cismava voar do galho e dar uma rasteira sobre a minha cabeça. Ninguém se apoderou do canto, está vazio.
Foi uma visita rápida, durou minutos. Não quis me demorar muito e a caminhada foi breve. Se pudesse, passaria uma tarde na biblioteca revirando os livros novos e fazendo indagações como “Por que não tinham esse daqui na minha época?”.
No momento da saída, constato: Depois que a gente vai embora, percebe como o tempo passou depressa e sente saudades, imaginando como gostaria de ter aproveitado ainda mais aqueles momentos. Eu sei, é um clichê. Mas é verdade.

7 comentários:

Patrícia disse...

Acho que se eu voltar lá, fico triste. Ah, saudades... O que mais me fez falta nesses anos todos foram vocês. Acho que é por isso que eu fico deprimida quando estudo em outro lugar...

Lu. disse...

Eu sei qe vou sentir saudade, mas não no ambiente acadêmico em si. Talvez da facilidade de resolver a vida num seminário, porém, estes quatro anos foram tão agoniantes e desesperadores que é algo que preciso deixar para trás.

Rodrigo Carreiro disse...

A vida é um clichê torturante. Essa sensação que você descreve no post é muito angustiante.

Alexandre disse...

Tive um sentimento muito semelhante quando entrei pelas arcadas do "Pátio dos Leões" ano passado também. Depois de uns 4 anos de ausência.

Uma certa sensação que traz um misto de aconchego e vazio espiritual. Ao mesmo tempo que a memória ativa, você sabe que não pertence mais àquele tempo. As moças não são as mesmas (ao contrário do seu caso, lá aumentaram as "patricinhas"), o clima não é mais o mesmo.

A grande constatação é que agora você tem "bagagem". Se por um lado te traz uma serenidade nas profundas, na superfície te deixa angustiado.

:)

Mateus Rolim: disse...

sentir saudade é tenso
ela n conserva só conrroei, às vezes ajuda..
é tenso
beijo

Nathália Ramos disse...

É clichê, mas vc tem toda razão...

Carrie Bradshaw Tupiniquim da Silva disse...

eu tb sinto falta qdo visito a minha... sinto falta de estar ali, participando, apesar de tb não ter dado a mínima na época rss

ah! veja aquele contador que coloquei, ele é bom!