sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O approach

Assim como para guilty pleasures, não consegui encontrar uma palavra em português que definisse tão bem o significado dessa que aparece no título. Approach seria uma abordagem - a nossa cantada. Mas a palavra inglesa (sua conotação) tem um algo a mais; é mais elegante. E aqui vou eu, uma pessoa que não entende nada de approach, falar sobre o assunto de uma maneira pessoal e, portanto, bastante vaga. 
Eu sei o que é um approach e já tentei usá-lo algumas vezes. Já fui bem-sucedida no negócio, mas não sei se foi pela técnica impulsiva que utilizei ou outra coisa que jamais saberei. Minha técnica impulsiva se resume a passar um tempo ensaiando mentalmente - uns 15 minutos - e de repente dizer algo sem ser aquilo que pensei; algo que simplesmente digo de repente, para puxar assunto ou para terminar o ensaio de vez. (Tudo isso graças à minha timidez extrema.)
Ah sim, pessoas tímidas sofrem na hora do approach, seja quando cogitam ensaiá-lo ou no momento em que o "recebem". (Mas costuma ser mais fácil "recebê-lo" do que usá-lo.) O jeito mais fácil de concretizar um approach com uma pessoa que nunca viu na vida é tentar puxar algum assunto. Se está num lugar com música, por exemplo, comente algo como "nossa, adoro essa música" ou "essa banda faz parte da minha vida", daí se houver concordância na resposta já dá para esticar a conversa, pois ele(a) já tem pelo menos uma coisa em comum com você. Uma tática que já usei foi chegar e perguntar o nome, assim do nada. Claro que ele levou um susto, mas já posso dizer que foi uma iniciativa minha e, o melhor, começamos a conversar a partir disso.
Em alguns casos, pode-se usar as famosas indiretas (digamos que no caso de já conhecer a pessoa e tal). O problema é que sou muito lerda para entender indiretas, então se o sujeito for tão lerdo quanto eu não vai adiantar nada. Então, boa sorte para quem tentar um approach desse modo. 
E o que não fazer? De acordo com algumas conversas que já tive com amigas, e também levando em consideração minha própria opinião, chegar dizendo "gata", "como você é linda", "mulher da minha vida" não cola - a não ser que a autoestima da mulher esteja um tanto baixa no dia. Outras clássicas que já esgotaram são "você vem sempre aqui" e "já te vi em/ te conheço de algum lugar". A sutileza ainda é a melhor forma, mas uma sutileza elegante e esclarecedora, e não do tipo que precisa de manual para decifrar o código.
Depois desse texto já posso tentar minha carreira em algum programa de paquera da MTV ou ser uma daquelas escritoras do "faça o que eu escrevo, não faça o que eu faço". 

Um comentário:

Persiolino disse...

Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat...