segunda-feira, 6 de junho de 2011

Impressões femininas sobre X-Men: First Class

Já que escrevi uma resenha um pouco mais detalhada do que o costume sobre um filme bem inferior (er, Thor), eu não poderia deixar de registrar minhas impressões sobre X-Men: First Class (ou Primeira Classe). O filme que eu mais aguardava em 2011 finalmente estreou na sexta-feira passada e fui conferir no mesmo dia num confortável multiplex paulistano.
Começa a película. A sequência de abertura é quase idêntica ao primeiro X-Men, dirigido por Bryan Singer em 2000: ao ser separado dos pais, um garoto judeu chamado Erik Lehnsherr (futuro Magneto) retorce o portão de ferro de um campo de concentração, impressionando os soldados nazistas. Na fase adulta, o personagem é interpretado por ninguém menos do que Michael Fassbender. O ator germano-irlandês, mais conhecido pelo público em geral graças a Bastardos Inglórios (ele era o Tentente Archie Hicox, o inglês cinéfilo fluente em alemão), tem nessa prequel a chance de se tornar um astro. Talento ele tem de sobra (veja Hunger, Fish Tank e Angel), beleza então... nem se fala.

Até que as diferenças os separem
Bromance e emoção
Ao lado de Charles Xavier (Professor X), Erik tem um bromance como poucas vezes um filmão de super-heróis abordou: uma forte amizade na qual o poliglota vingativo (Fassbender fala alemão, inglês, francês e espanhol na película) compartilhará suas piores lembranças para tentar superar o ódio que guarda consigo. O rancor em questão atende pelo nome de Sebastian Shaw (Kevin Bacon, canastrão como um vilão de James Bond), o algoz nazista responsável pela morte de sua mãe. Xavier é vivido pelo escocês James McAvoy, que dispensa apresentações.
Os momentos mais sentimentais são protagonizados pela dupla Fassbender-McAvoy, cuja química intensa resulta em atuações dignas de cinema independente britânico - marcantes e autênticas. Aliás, ambos fazem jus (até mais do que isso, eu diria) aos seus personagens na "velha" trilogia X-Men, interpretados pelos consagrados Ian McKellen (Magneto) e Patrick Stewart (Professor X). A já mencionada cena das lembranças de Erik, por exemplo, é o ápice da emoção: belissimamente atuada e dirigida.

Superhero's Next Top Model
Primeira classe
Embora o diretor Matthew Vaughn consiga captar bem a fase adolescente dos mutantes da primeira classe dos X-Men, fica óbvio que as cenas dos jovens perdem a força sem a presença dos mentores Xavier e Erik: eles não somente colocam ordem em tudo como são a razão de o filme existir. Logo, X-Men: First Class é dependente de seus protagonistas principais, algo que enfraquece sequências nos quais eles não têm participação - é natural que o roteiro faça com que ambos não precisem tomar parte de tudo. Jennifer Lawrence (Raven/Mística) e Nicholas Hoult (Hank/Fera) conseguem se sair bem em papéis de responsabilidade, já que o desenvolvimento de seus personagens vai além da ação, do humor e, principalmente, do "coadjuvante de “apoio"”. Zoe Kravitz, que interpreta Angel Salvadore, está no filme meramente por ser filha de Lenny Kravitz, já que a moça não tem currículo e nem demonstra muita empatia.

Gente fina é outra coisa
Time do mal
Como em toda franquia de heróis em quadrinhos, os vilões são os mais bizarros. Em First Class não é diferente, com o acréscimo de que praticamente só o nazista (agora sob uma nova identidade) abre a boca. Emma Frost (a insossa January Jones) tem algumas linhas no script, mas a própria falta de talento da atriz não dá a chance de fazer bom uso disso. Azazel e Maré Selvagem são meros assistentes do vilão, sendo que o primeiro tem o dom de se teletransportar como o Noturno de X-Men 2 (nota: se não me engano, Noturno é filho de Mística, então acho que Azazel deve ser o pai).

Sexy demais para essa camisa
Olhar (muito) feminino
Agora os rapazes podem pular esta parte. Assim como os outros X-Men e Wolverine serviam de veículo para Hugh Jackman mostrar toda sua garra, músculos, peitoral, abdomen, suor etc, X-Men: First Class serve também para James McAvoy mostrar sua doçura e olhos azuis irresistíveis; Nicholas Hoult impressionar com "como ele cresceu!" (era um menino em Um grande garoto); Lucas Till (Alex Sommers/ Havok - pai do Ciclope?) ganhar nome com seus brações e cara de moleque que faz sére adolescente; Kevin Bacon fazer as mais, er, maduras suspirar e Michael Fassbender fazer-me torcer para que tivesse ao menos uma cena sem camisa (mal acostumei, ele aparece assim na maioria dos filmes). Apesar de First Class ter muitas mulheres desfilando em trajes sumários (inclusive Rose Byrne, a mocinha da CIA), precisei me contentar com o Fassbender vestindo roupa colada de mergulhador numa cena (ui!) e quando entra no bar com aquela camisa branca justa (ui ui!). 

Michael Fassbender prova que não é apenas
um rosto (extraordinariamente) bonito

3 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

adorei a dicotomia não-linear de Erik e Xavier. Nisso o roteiro foi perfeito!

Cecilia disse...

Fassy, como acho fantástico chamá-lo, está no meu radar ha um tempo, mas exceto por "Basterds", não tinha visto um filme com ele - "Band of Brothers" e "300" não contam, pois no primeiro ele é uma ponta (e todo mundo fez ponta neste), e do segundo a única coisa que lembro são homens besuntados sem qualquer distinção. Por isso estou agradecendo X-Men First Class. Fazia tempo que não me via tendo que me segurar no cinema para não soltar um JESUS QUE HÔMI bem alto. Já conheço os efeitos de McAvoy, mas junto com Fassy, é quase uma arma nuclear.

E ah sim, adorei o filme.

Anônimo disse...

Fazia tempo que não me via tendo que me segurar no cinema para não soltar um JESUS QUE HÔMI bem alto. [2]

Mesmo de gola rolê.XD.
AMEI esse filme!!