sábado, 6 de abril de 2013

Eu sei o quê

Não sabia o quê. Mas neste momento eu sei. Diferentes, mas iguais. Ou iguais, mas diferentes? Dói ao inspirar o ar, a cabeça lateja e a boca seca não cura nem com água. Os olhos caídos, o olhar distante e aquela lágrima que brota e demora a cair. Os pensamentos vazios se voltam a apenas uma coisa. As expectativas ocultas reagem para subir, e eu me esforço para mantê-las ali, debaixo da pele.
"Ella e nós" foi pensando em você. Sei que está longe de ser uma obra-prima, mas tenho orgulho. Uma história que nasceu na minha cabeça enquanto dançava solitariamente pela sala. Não admiti muitas coisas. Nunca falei sobre esse texto. Talvez fosse receio. Ou timidez. Ou os dois. 
Chegou a um ponto que você não esperava mais nada. E não esperar nada de alguém não impulsiona a seguir em frente, mas a parar, refletir e desistir. Diante de uma versão feminina de Mr. Darcy: indiferente e com um escudo costurado sobre a pele. O sentimento de importância, os pensamentos recorrentes... estavam todos ali, embora não parecesse. E quando finalmente se diz algo, é tarde demais. Não tem relevância, foi tudo jogado num canto.
Construí histórias na minha cabeça. Queria que fossem reais, que um dia se desdobrassem. Escondi o que sentia, puxei a corda com força quando algo estava prestes a se soltar. Não sabia o que você queria ao certo, e por isso não admiti o que eu desejava. E foi assim... ladeira abaixo para nunca mais subir de novo.
Mas, "nunca mais" é muito tempo. Bem sabemos que 2007 faz bastante tempo, mas não impediu que uma volta se esboçasse timidamente - para logo ser apagada em seguida. 
Não espero que esteja lendo nem que venha a ler. Se um dia vier parar aqui, compreenda que esta foi a melhor maneira que escolhi para me expressar - como sempre, guardada em algum lugar, para ser encontrada.

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